quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Em dose dupla, pra ficar bem claro!

Cientistas duvidam da eficácia de antidepressivos

26/02 - 13:51 - EFE


Londres - Os antidepressivos da nova geração não funcionam, salvo em casos mais graves, e na maioria dos pacientes só têm um efeito de placebo.

Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada por cientistas do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá que examinaram todos os dados existentes sobre esse tipo de substâncias, inclusive os de testes clínicos não os laboratórios não divulgaram.
Os fabricantes do Prozac e do Seroxat, dois dos antidepressivos mais vendidos do mundo, expressaram, no entanto, seu desacordo com os resultados do estudo.
Um porta-voz do laboratório britânico GlaxoSmithKline, que fabrica o Seroxat, disse à imprensa que o estudo tinha levado em conta apenas um segmento pequeno de todos os dados disponíveis, enquanto a Eli Lilly, fabricante do Prozac, disse que a experiência demonstrou sua eficácia como antidepressivo.
Os cientistas compararam o efeito nos pacientes que tomaram antidepressivos com o resultado obtido em quem recebeu placebo e descobriram que a melhora era muito parecida nos dois grupos.
As únicas exceções foram pacientes que sofriam de depressões mais graves, explica o professor Irving Kirsch, do departamento de Psicologia da Universidade de Hull (Inglaterra), que participou da pesquisa.
Contudo, isso talvez tenha acontecido, segundo os cientistas, porque nesses pacientes graves o placebo não funcionou tão bem quanto nos que tomaram os medicamentos e não porque os antidepressivos tenham surtido maior efeito.
"Dados os resultados, parece que não há apenas motivos para receitar antidepressivos, salvo para os pacientes que sofrem de depressões mais graves e em quem os outros métodos falharam", afirmou Kirsch.Segundo ele, as pessoas que sofrem depressão "podem melhorar sem recorrer a esse tipo de tratamento".
Para o estudo, divulgado na publicação especializada "Public Library of Science", foram utilizados os resultados de 47 testes clínicos, além de uma série de dados inéditos graças à legislação britânica sobre liberdade de informação.
As conclusões da pesquisa valem no caso do Prozac (fluoxetina), do Seroxat (paroxetina), e de fármacos similares como Effexor (venlafaxina) e Serzone (nefazodone).Segundo Tim Kendall, diretor-adjunto da Divisão de Pesquisa do Royal College of Psychiatrists, os laboratórios geralmente publicam somente os estudos que lançam uma luz positiva sobre seus produtos.
O National Institute for Health and Clinical Excellence, do Reino Unido, recomenda aos médicos que tentem outros métodos antes de começarem a prescrever antidepressivos.
Desde seu lançamento nos Estados Unidos em 1988, aproximadamente 40 milhões de pessoas recorreram ao Prozac, trazendo bilhões de dólares ao laboratório Eli Lilly.
Apesar de a patente ter caído em 2001, o princípio ativo do Prozac, a fluoxetina, continua gerando renda para a empresa, já que a mesma substância também é ingrediente do Sarafem, pílula utilizada no tratamento da tensão pré-menstrual.


Cientistas colocam em dúvida a eficácia dos antidepressivos

26/02 - 09:51 - AFP


A eficácia dos antidepressivos, como o Prozac, que é utilizado por mais de 40 milhões de pessoas no mundo inteiro, foi colocada em dúvida por cientistas britânicos, que concluíram que o medicamento teve o mesmo efeito que um placebo sobre pessoas que sofrem de depressão.

Os resultados do estudo realizado pelo professor Irving Kirsch, da Universidade de Hull (norte da Inglaterra), revelou que os pacientes que tomaram antidepressivos como o Prozac e o Seroxat melhoraram seu estado, assim como os que tomaram o placebo.
"A diferença de melhoria entre os pacientes que tomaram placebos e os que tomaram antidepressivos não foi muito importante", indicaram os pesquisadores, que concluíram que "estes resultados deixam poucos motivos para continuar com a prescrição de antidepressivos".
"Isso significa que as pessoas que sofrem de depressão podem melhorar sem ajuda química", acrescentou o professor Kirsch.
A única diferença foi notada entre os pacientes que sofriam de depressões mais profundas. Mas os cientistas atribuíram isto ao fato de os pacientes reagirem menos ao placebo, e não à maior eficácia do medicamento.
O fabricante do Prozac, Eli Lilly, minimizou o estudo britânico, reafirmando que uma "extensa experiência científica e médica demonstrou que a fluoxetina (utilizada no Prozac) é um antidepressivo eficaz".

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