sábado, 30 de junho de 2012

Esquizofrenia virtual







Internet – Comunicação – Relacionamentos...
Tenho me colocado a pensar sobre os nossos hábitos nesses agitados tempos, corridos e cada vez mais essa agitação tem se tornado virtual. 


Demoramos-nos a cada dia por mais horas frente a essas telas hipnóticas, luminosas, envolventes, entorpecentes. São tantos sites a fazer convites – participe; entre nessa comunidade; blogs; fotologs e tudo o que mais puder ser criado para se “apossar” da nossa atenção. Mesmo eu participo de algumas. 

Em todas elas sou “eu” mesma. Até já me foi dito por quem participa de alguns deles, que basicamente são as mesmas informações e ou fotos. Com certeza, são mesmo. 

Como sei que tenho uma personalidade um tanto introspectiva, sentimentos, pensamentos e ações não muito comuns e populares, me “espalhei” entre eles e tenho encontrado uns poucos e fiéis amigos virtuais com os quais me correspondo e me relaciono de maneira mais profunda. 

Agora, me preocupa é saber de fonte segura e ocular, de pessoas que criam vários e às vezes inúmeros “personagens” com páginas nesses sites e arrebanhando amigos aos montes. Tenho uma colega de trabalho que em certo dia me fez adicionar uns trinta personagens desses, todos com emails próprios, nomes próprios, fotos, amigos e perfis completos – admirei-me ante tal capacidade criativa! 
São personagens femininos e masculinos, jovens, adultos, idosos... 

Nossa! Que teia!!! Enredam-se em personalidades e personalidades que acabam por “existir” realmente, mesmo que “virtualmente”. 

Teremos nesse processo transportado a esquizofrenia para o mundo dos bits, bytes, gigas, megas, circuitos e teias de redes entre máquinas e máquinas ao redor do planeta, brincando de deuses a criar e multiplicar personagens, vidas, personalidades e tudo isso a fugir da nossa realidade. Será que estamos atentos a perceber quando passamos da linha tênue da simples brincadeira à patologia? 

Será que não é tão grave assim para gastar tempo com esse tipo de preocupação? O que percebo é cada vez mais pessoas que se dividem assim em tantos eus... 

Será apenas uma coincidência? 

sábado, 9 de junho de 2012

O que sonhamos...


Tive um sonho muito interessante essa noite.
Fui a um restaurante com minha família e alguns conhecidos. Estávamos já terminando quando o restaurante foi invadido por assaltantes que fizeram a festa.

De mim, nada levaram, eu não tinha dinheiro, somente meu cartão de débito – isso eu disse ao assaltante quando veio à nossa mesa. Quando terminou o “serviço” saiu porta afora com seus “companheiros”, levantei-me e fui ao caixa pagar a minha conta com o cartão, em seguida fui para a porta de saída, mas nisso entraram umas moças de caras pintadas para não serem reconhecidas e impediram a minha saída e a dos outros. Informaram que ali estavam a cumprir as orientações do assaltante “chefe”.

Eu, com a minha inquisidora natureza, perguntei se não consideravam aquilo arriscado – uma vez que poderíamos chamar a polícia e elas nem armadas estavam. Disseram algo como – é “jogo rápido” – vamos pegar o rescaldo – o que sobrou nos bolsos da “galera”. Esse é o nosso pagamento.
Ao que sorri sarcasticamente:
-Acham vocês que o assaltante já não limpou tudo? Nada sobrou para vocês.
Nesse meio tempo chegaram os policiais e elas se dispersaram (fugiram)...

Retornei para onde estavam meus familiares e os conhecidos e falei com uma mulher que estava conosco.

- Você pagou a sua conta?
Ela respondeu:
-Claro que não, um monte de gente saiu sem pagar por que eu iria fazer diferente?
Olhei para ela indignada a princípio e depois tentando entender o que uma coisa tem a ver com a outra. Nem perdi tempo falando a ela que eu paguei a minha conta, afinal, eu consumi, é minha obrigação. Agora pergunto:
Quem pagaria a conta depois do tumulto todo do assalto?
Quem considera que pelo transtorno e trauma da situação já quitou a sua conta?

Esse sonho me levou a refletir muito, por isso resolvi transformá-lo em palavras escritas.

Não precisam me responder, apenas refletir, quem se der ao trabalho de lê-las...

Dulceny z

09/06/2012
11:52 h