A bondade e a maldade são extremos de uma mesma coisa - a
generosidade, sensibilidade ao sofrimento alheio, a empatia, solidariedade,
magnanimidade - diferem apenas na escala de - x a +x. Fazendo uma análise,
diria que esse conceito de bondade X maldade está intrinsecamente ligado à
capacidade de amar.
Usando também a escala que citei, o amor e o ódio são os extremos da
mesma coisa - o sentimento.
Quanto mais eu tiver capacidade de amar, mais bondade que é a
expressão externa do sentimento eu farei, quanto menos eu amar, menos bondade
serei capaz de expressar em meus atos a ponto de chegar ao outro extremo -
ódio, com atos de maldade.
Se quiser ler, Rohden nos dá uma visão interessante sobre a quarta
bem-aventurança do Sermão da Montanha
Um trecho: “Pode alguém fazer o bem sem ser bom, porque esse ‘bem” é
apenas um objeto — mas ninguém pode ser bom sem fazer o bem, porque esse “ser
bom” é o próprio sujeito, que, como o próprio vocábulo diz, “subjaz” (jaz por
debaixo) como causa a todos os efeitos, que “objazem” (jazem defronte ou de
fora). Não são os efeitos que produzem a causa, mas é a causa que produz os
efeitos; não são os objetos, o “fazer bem”, que produzem o sujeito, o “ser
bom”, mas sim vice-versa, o “ser bom” produz o “fazer bem”.
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