domingo, 10 de novembro de 2013

Religião e espiritualidade por Guido Nunes Lopes

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualidade nos faz Transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz conscientes da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

Guido Nunes Lopes - Físico


Doutor em Energia Nuclear na Agricultura, ARC – Academia Roraimense de Ciências, UFRR – Universidade Federal de Roraima

sábado, 2 de novembro de 2013

O PODER DAS TREVAS – por Huberto Rohden, pag.31 "Por Um Ideal" vol. 1

Tanto nas chamadas "crendices populares", como nas "superstições" há inegavelmente, um fundo de verdade. O ignorante, em falta de melhor explicação, inventa explanações arbitrárias, o que não elimina, todavia, a realidade de certos fenômenos que nenhuma ciência consegue explicar à luz das leis naturais por nós conhecidas.
Aliás, quem crê num mundo de seres inteligentes e livres, não pode fugir à conclusão de que entre esses seres possa haver, como aqui neste planeta terra, bons e maus, seres benéficos e seres maléficos. A Inteligência, quando divorciada do Espírito, é uma porta aberta para um universo de maldade. O "Poder das Trevas", de que Jesus fala, não é outra coisa senão a Inteligência “desespiritualizada”, autônoma, independente – a Inteligência que se deificou a si mesma. "Se comerdes do fruto da árvore do conhecimento, dizia a tal serpente, sereis iguais a Deus". É esta a eterna ilusão de Satã: a conquista da deidade pelo poder do "conhecimento", pela força do Intelecto. Todos os conflitos armados que presenciamos; como todas as grandes calamidades do gênero humano são frutos peçonhentos da "árvore do conhecimento", da Inteligência sem o Espírito.
O reino de Satã é Inteligência sem Espírito.

O reino de Cristo é Espírito dominando a Inteligência e tudo quanto ela edificou sobre a face da Terra.

Por essa razão não  há Satanás que resista a vontade humana quando essa vontade está agraciada pela benção da Inteligência da fonte Divina, da Alma do Universo... Deus!

"QUEM NÃO RENUNCIAR A TUDO QUE TEM NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO" Rohden, Assim Dizia o Mestre, pgs 43 e 44.

A ideia do meu nasceu com a ideia do eu. Quando esse eu morre, morrem necessariamente todas as ilusões relacionadas com o meu. Quem tudo é, nada tem; a intensa luminosidade do ser aniquila todas as trevas do ter. Quem é de fato, discípulo do Cristo nada tem e quer ter, para si mesmo, embora possa prestar-se para administrador de uma parte dos bens de Deus em benefício de seus irmãos.

O que eu considero meu só tem função enquanto ainda vive em mim a noção do eu físico-mental; no momento em que o meu pequeno eu personal se afogar nas profundezas do TU divino e no NÓS da humanidade, esse conceito de meu deixa de ter razão de ser.

Por isso, o homem que atingiu a plenitude do seu ser, pelo despontar da consciência cósmica, perde toda a noção de posse e propriedade. Nada adquire e nada perde. O fluxo e refluxo incerto de lucros e perdas deixaram de existir para ele e com isso foi eliminada a fonte principal da inquietação que atormenta os profanos. Nada possui  que o mundo possa tirar, e nada deseja possuir  que o mundo lhe possa dar. Entretanto, se as circunstâncias terrenas o nomearem administrador do patrimônio de Deus e da Humanidade, esse homem administra com a máxima solicitude esse patrimônio terrestre universal.

Pela mesma razão, o homem que se despojou dos teres pela maturação do ser não experimenta a menor dificuldade nem tristeza em passar para outras mãos a gestação dos negócios temporários que lhe foi confiada.

O grande industrial norte-americano R.G. Le Torneau (1), fabricante de possantes máquinas de terraplenagem, mandou colocar sobre a entrada de uma de suas fábricas a seguinte afirmativa:

Não digas: “Quanto do meu dinheiro eu dou a Deus”?
Dize antes: “Quanto do dinheiro de Deus eu guardo para mim?”

Esse homem descobriu que nós não temos dinheiro algum, mas que todas as coisas do mundo são de Deus; entretanto, pode o administrador dos bens de Deus tirar para si uma pequena “comissão”. Le Torneau, no princípio, tirava uma comissão de 90% para si, dando 10% a Deus, para fins de altruísmo e religião; por fim inverteu as quotas, dando 90% para Deus e guardando 10% para si, e mesmo assim, desses 10% ele não se considerava proprietário, senão apenas administrador, porque também esse dinheiro pertencia a Deus e à humanidade.
“Quem não renunciar a tudo que tem não pode ser meu discípulo”.

O EU verdadeiro, divino nada sabe de possuir, porque o apogeu do SER provoca a ruina do TER.


(1)    Os contemporâneos de Le Torneau o qualificavam de “O homem de negócios de Deus”.

PELA FÉ ASSIMILA A ALMA O CRISTO DIVINO - por Huberto Rohden

Na última ceia dramatizou Jesus a mais misteriosa de todas as suas parábolas.
E até hoje a cristandade não compreendeu devidamente a parábola do pão e do vinho.

Na Sinagoga de Cafarnaum, como consta no capitulo 6 do Evangelho de João, havia o Mestre aludido a esse misterioso paralelo: A relação entre o alimento e a vida, por um lado – e, por outro, a pessoa física do Jesus humano e o espírito do Cristo divino.

Através de uma parábola esotérica faz Jesus ver que a essência vitalizante do espírito do Cristo só pode ser assimilada pela alma humana por meio da fé.

Mas o que se entende por fé?

A palavra latina fides é o radical de fidelidade, harmonia, sintonia. Este substantivo latino não tem verbo; de maneira que a Vulgata Latina recorreu a um verbo de outro radical, credere, crer, em vez de “ter fé”, e com isto começou a tragédia milenar da cristandade.
Crer, no sentido usual, nada tem que ver com ter fé. O substantivo grego pistis, que figura no original do Evangelho do primeiro século, tem o verbo pisteuein, que poderíamos traduzir por fidelizar.
E fidelizar, ter fé, quer dizer, estabelecer perfeita fidelidade entre a alma humana e o espírito de Deus. O conhecido tópico “quem crer será salvo” não se aplica; mas “quem tiver fé (fidelidade) será salvo ‘” é perfeitamente lógico.

Quando o homem, no plano físico, vitaliza o seu corpo pelo alimento, ele não transfere para o seu organismo a substância material que ingere, mas, pelo misterioso processo da digestão e assimilação, extrai da substância material do alimento as “calorias”, como a ciência chama essa alma imaterial da matéria.
Caloria é a energia solar que, pela fotossíntese foi armazenada na substância comestível, e que, pela digestão, é extraída do alimento e transferida para o organismo humano.
Caloria, a energia do calor e da luz solar é algo relacionado com a vida. Essa energia solar vitaliza o corpo e lhe dá força, beleza, alegria. Se o organismo não tivesse fidelidade vital (fides, fé) com a energia solar, não poderia assimilar essa vibração do sol. Um corpo morto embora exposto á energia solar, não a assimila; somente um corpo vivo é capaz de assimilar a energia solar; só ele tem fides, afinidade com o sol; só um corpo vivo fideliza, é fiel à alma solar; só ele é vitalizado pelo calor e pela luz do sol. 
Segundo Einstein, luz é energia descondensada, e energia é matéria descongelada. 
Vida é luz altamente potencializada, vida é luz vitalizada, e, por esta razão não pode a vida assimilar a matéria grosseira como tal, mas somente a alma cósmica da matéria, que é luz, caloria imaterial. 
Homens altamente intuitivos sabiam, e sabem, por uma visão interna, o que outros procuram descobrir através de laboriosas análises intelectuais. Antecipam verdades que a ciência descobre séculos e milênios mais tarde. Cerca de 3500 anos antes de Einstein, escreveu Moisés que, no primeiro yom, creou Deus a luz, e que da luz vieram todas as outras coisas. Só no século 20 provou Einstein que a luz é a base dos elementos químicos e de todas as coisas.