domingo, 31 de outubro de 2010

VISÃO

VER ESSE DOCE SEMBLANTE,
MESMO QUANDO NÃO SE ESPERA...
QUANDO O QUE SE QUER É SÓ UM SINAL...
UMA CERTEZA DE SE ESTAR CAMINHANDO
NA ESTRADA QUE LEVA À LUZ...
QUANDO O ESPÍRITO PROFUNDAMENTE CHORA,
CONFUSO, DIANTE DE TANTAS
SITUAÇÕES ADVERSAS.
DE TANTAS EXIGÊNCIAS EXTERNAS
E JULGAMENTOS DE OUTREM.
QUANDO NOS RECOLHEMOS
EM REVERENTE SILÊNCIO,
OLHAMOS AOS CÉUS E DIZEMOS:
-Ó PAI CELESTIAL,
AMO-TEDE TODO O MEU CORAÇÃO,
DE TODA A MINHA ALMA,
DE TODA A MINHA MENTE
E COM TODAS AS MINHAS FORÇAS.
EM TI TUDO ESPERO,
POR TI MORRO TODOS OS DIAS E RENASÇO
PARA QUE VIVAS EM MIM.
QUANDO, COMO INDEFESA CRIANÇA
EM TEUS BRAÇOS NOS ENTREGAMOS
E NOS DEIXAMOS LEVAR E EMBALAR...
E ASSIM, DO NADA, DA ESCURIDÃO
QUE ABARCA MEUS OLHOS FECHADOS,
UM INFINITAMENTE PEQUENO
PONTO BRILHANTE.
AUMENTA, AUMENTA E VEM...
EXPLODE DENTRO DE MIM,
COMO SE FORA EM MEUS OLHOS E VEJO...
SERES ALVOS DE ALVAS VESTES
CAMINHAM JUNTOS E BALANÇAM
RAMOS DE VERDES INTENSOS E CLAROS.
E CAMINHANDO
DIMINUEM, DIMINUEM E NOVAMENTE
UM ÍNFIMO PONTO BRILHANTE SÃO.
ESSE PONTO BRILHANTE...
AUMENTA, AUMENTA E VEM...
VELOZMENTE ESSE BRILHO QUE É LUZ,
BRANCA-LUZ,
DE MEU SER TOMA CONTA E VEJO...
DOCE FACE, TERNA, AMOROSA...
INFINITA PAZ SE ESPALHA
POR DENTRO E EM REDOR DE MIM,
COMO ESTIVESSE EU FLUTUANDO EM LAGO;
MAR; OCEANO DE LUZ E DE AMOR.
ME SINTO QUEIMAR, COMO SE EM MEIO
AO FOGO ESTIVESSE,
CALOR INTENSO, AGRADÁVEL,
UM QUEIMAR QUE ACRESCENTA E ACARICIA...
E ASSIM ABSTRAIR-ME À EXISTÊNCIA
DO TEMPO E DO ESPAÇO
A CONTEMPLAR A PLENITUDE DA ETERNIDADE.
INTEGRANDO-ME A ESSE UNIVERSO,
D'ONDE SOMOS TODOS NASCIDOS
DE UM MESMO PRINCÍPIO, ÚNICO, UNO.
DESSA DIVINA ESSÊNCIA.
COMPREENDO NA SUA MAIS AMPLA CONCEPÇÃO
O SIGNIFICADO DE SERMOS TODOS IRMÃOS.
E QUANDO SINTO
O MAIS INFINITO AMOR PENETRAR
EM MEU SER, FLUIR E IRRADIAR
EM VIBRAÇÕES FULGURANTES...
ESSA DOCE FACE,
TERNA E AMOROSA SE DESPEDE,
COMO QUE A ESPERAR
UM ENCONTRO FUTURO.
ENVOLTA NESSE BRILHO-LUZ,
VELOZMENTE FAZ SEU CAMINHO DE VOLTA...
E O PONTO BRILHANTE,
INFINITAMENTE PEQUENO,
DIMINUE, DIMINUE E SOME...
AGORA É O NADA,
A ESCURIDÃO
QUE ABARCA MEUS OLHOS FECHADOS.
POR UM TEMPO NÃO DURMO,
TENTANDO ENTENDER...
POR FIM, ADORMEÇO,
ENLEVADA DE UM SUAVE
SENTIMENTO DE PAZ. ...

CREIA... SINTA... SAIBA... "

CRISTO É REAL".

***Dulceny z
      3/10/98

(DA VISÃO VIVENCIADA EM 16/07/95)

sábado, 23 de outubro de 2010

PALAVRAS DE UM INTELECTUAL BRASILEIRO A RESPEITO DO PT:

FERREIRA GULLAR




Vamos errar de novo?



FAZ MUITOS ANOS já que não pertenço a nenhum partido político, muito embora me preocupe todo o tempo com os problemas do país e, na medida do possível, procure contribuir para o entendimento do que ocorre. Em função disso, formulo opiniões sobre os políticos e os partidos, buscando sempre examinar os fatos com objetividade.

Minha história com o PT é indicativa desse esforço por ver as coisas objetivamente. Na época em que se discutia o nascimento desse novo partido, alguns companheiros do Partido Comunista opunham-se drasticamente à sua criação, enquanto eu argumentava a favor, por considerar positivo um novo partido de trabalhadores. Alegava eu que, se nós, comunas, não havíamos conseguido ganhar a adesão da classe operária, devíamos apoiar o novo partido que pretendia fazê-lo e, quem sabe, o conseguiria.

Lembro-me do entusiasmo de Mário Pedrosa por Lula, em quem via o renascer da luta proletária, paixão de sua juventude. Durante a campanha pela Frente Ampla, numa reunião no Teatro Casa Grande, pela primeira vez pude ver e ouvir Lula discursar.

Não gostei muito do tom raivoso do seu discurso e, especialmente, por ter acusado "essa gente de Ipanema" de dar força à ditadura militar, quando os organizadores daquela manifestação - como grande parte da intelectualidade que lutava contra o regime militar - ou moravam em Ipanema ou frequentavam sua praia e seus bares. Pouco depois, o torneiro mecânico do ABC passou a namorar uma jovem senhora da alta burguesia carioca.

Não foi isso, porém, que me fez mudar de opinião sobre o PT, mas o que veio depois: negar-se a assinar a Constituição de 1988, opor-se ferozmente a todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura - o de Sarney, o de Collor, o de Itamar, o de FHC. Os poucos petistas que votaram pela eleição de Tancredo foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para integrar seu ministério, foi expulsa.

Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior: Lula denunciou o Plano Real como uma mera jogada eleitoreira e orientou seu partido para votar contra todas as propostas que introduziam importantes mudanças na vida do país. Os petistas votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo a fim de anulá-la. As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual hoje todo cidadão brasileiro possui telefone. E tudo isso em nome de um esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca teve.

Ao chegar à presidência da República, Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio. Não obstante, para espanto meu e de muita gente, conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo de sua obscura carreira política.

No polo oposto da disputa está José Serra, homem público, de todos conhecido por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora comprovada. Enquanto ele apresenta ao eleitor uma ampla lista de realizações indiscutivelmente importantes, no plano da educação, da saúde, da ampliação dos direitos do trabalhador e da cidadania, Dilma nada tem a mostrar, uma vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula, que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar a platéia.

A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública. Foi Serra quem introduziu no Brasil o medicamento genérico; tornou amplo e efetivo o tratamento das pessoas contaminadas pelo vírus da Aids, o que lhe valeu o reconhecimento internacional. Suas realizações, como prefeito e governador, são provas de indiscutível competência. E Dilma, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.

O povo nem sempre acerta. Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada - Jânio e Collor. O resultado foi desastroso. Acha que vale a pena correr de novo esse risco?

Sem medo do passado – Carta aberta de Fernando Henrique Cardoso a Lula

Sem medo do passado – Carta aberta de Fernando Henrique Cardoso a Lula

sábado, 16 de outubro de 2010

Mais uma:

http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=12374

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

07:01

Sob o comando de Dilma, o governo mudou a lei para a Brasil Telecom ser comprada pela Oi, empresa que é sócia do filho de Lula na Gamecorp. E a Oi livrou-se de uma multa de R$ 490 milhões. Agora, a Justiça vai decidir a grave questão.

Carlos Newton



A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal de SP devolveu à 12ª Vara Cível Federal o processo em que se denuncia a ilegalidade da venda da Brasil Telecom para a Oi, controlada pela construtora Andrade Gutierrez e Grupo Jereissati (de São Paulo). O Tribunal, por unanimidade, anulou a sentença que extinguira o processo sem julgamento de mérito e sem ouvir o Ministério Público Federal. Traduzindo: o processo contra o presidente Lula vai andar.



A transação denunciada à Justiça Federal só se efetivou graças ao empenho do governo federal, que tudo fez para viabilizar a transferência do controle acionário, consumada com R$ 7 bilhões do Banco do Brasil e do BNDES, cedidos de forma vantajosa aos controladores da Oi, isto tudo em apenas 7 meses, entre abril e novembro de 2008.



Na ação proposta contra o presidente Lula (que se viu obrigado a baixar um novo decreto para legalizar esse negócio) e contra os presidentes do Banco do Brasil e do BNDES, que emprestaram essa fortuna a particulares, desviando recursos que poderiam ser investidos em programas sociais ou que criassem mais empregos, pede-se a invalidação da operação comercial, a ilegalidade e a nulidade do decreto assinado pelo presidente (nº 6.654, de 20/11/2008), feito sob medida para garantir expressivas vantagens a um grupo particular de telecomunicações, com desvio de poder e de finalidade. E a ação pede também o ressarcimento do prejuízo que o erário público sofreu com essa atípica e favorecedora disponibilização de cerca de R$ 7 bilhões para a efetivação de operação, exclusivamente privada.



No processo, chama a atenção um editorial da “Folha de S. Paulo”, no qual é bem descrito o esforço feito pelo governo, e por decorrência, pela ministra Dilma Rousseff, que tudo inspecionava, revia, autorizava e submetia à aprovação do presidente da República, que, todos sabem, assinava os atos sem ler:



“O governo Lula fez o que já se esperava. Atendeu aos interesses de uma das empresas que mais doaram recursos para a campanha presidencial de 2006, a Andrade Gutierrez, e criou um virtual oligopólio nos serviços de telefonia em todos os Estados do país, com exceção de São Paulo.



Não foi fácil. Muita “vontade política”, para falar como o presidente, se fez necessária para impor aos consumidores brasileiros a compra da operadora Brasil Telecom pela OI, que tem a Andrade Gutierrez como uma de suas principais colaboradoras.



Havia a lei. Foi alterada. Era preciso dinheiro público. Foi concedido. Surgiram focos de resistência entre os membros da agência que regula o setor, a Anatel. Nomeou-se uma personalidade sem experiência na área para aprovar a fusão. O Tribunal de Contas da União estranhou o negócio. Opiniões foram mudadas – em questão de 24 horas.



Os interessados tinham pressa. Se a compra não fosse aprovada até hoje (21/12/2008), a OI teria de pagar uma multa contratual de R$ 490 milhões à Brasil Telecom. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, resolveu então levar ao pé da letra as suas atribuições. Comunicou-se. E foi assim que, depois de uma conversa com o ministro do TCU que resistia à operação, dificuldades de última hora foram superadas.



A OI se livrou assim do incômodo de pagar r$ 490 milhões e pode celebrar o que, mesmo a olho nu, parece ter constituído um grande negócio.



Já o contribuinte brasileiro não recebe maiores satisfações pelo fato de que muito mais dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo Banco do Brasil para possibilitar a transação. Do BNDES vieram R$ 2,6 bilhões. Do Banco do Brasil, R$ 4,3 bilhões. Fundos de pensão de estatais também foram convocados a participar da transação, cujo valor total se estima em R$ 12,5 bilhões…



Fecha-se, assim, o ciclo de uma espetacular sucessão de casuísmos, acomodações de interesse e jogadas clandestinas… O negócio está feito. Apesar da complexidade dos detalhes, não é difícil resumi-lo ao essencial. É um caso de compra e venda”.



No Congresso Nacional, o deputado Marcelo Itagiba defendeu a abertura de uma CPI, dizendo que a lei de outorga foi modificada “para atender a um interesse comercial. “Não tenho a menor dúvida de que houve tráfico de influência. Acho que seria fundamental que o Congresso apurasse essa fusão. O dinheiro público está sendo utilizado para patrocinar interesses privados. se mudou uma lei por encomenda de empresários que desejavam fazer um grande negócio”, denunciou.



Por mera coincidência, os empresários foram os principais financiadores da campanha de Lula, em 2006, e são sócios do filho do presidente na empresa Gamecorp (disponibilizaram R$ 5 milhões para turbinar a então pequena empresa).



Como chefe da Casa Civil, é claro que a ministra Dilma Rousseff participou das importantes e indispensáveis decisões tomadas pelo presidente Lula. Em período eleitoral tudo tem de ficar transparente, doa a quem doer. O eleitor quer explicações tanto de Serra como de Dilma. A imprensa não está a serviço de partidos, mas em permanente busca da verdade. Nada deve ficar debaixo do tapete, para depois do dia 31 de outubro.