Na última ceia dramatizou Jesus a
mais misteriosa de todas as suas parábolas.
E até hoje a cristandade não
compreendeu devidamente a parábola do pão e do vinho.
Na Sinagoga de Cafarnaum, como consta
no capitulo 6 do Evangelho de João, havia o Mestre aludido a esse misterioso
paralelo: A relação entre o alimento e a vida, por um lado – e, por outro, a
pessoa física do Jesus humano e o espírito do Cristo divino.
Através de uma parábola esotérica faz
Jesus ver que a essência vitalizante do espírito do Cristo só pode ser
assimilada pela alma humana por meio da fé.
Mas o que se entende por fé?
A palavra latina fides é
o radical de fidelidade, harmonia, sintonia. Este substantivo latino não tem
verbo; de maneira que a Vulgata Latina recorreu a um verbo de outro radical, credere,
crer, em vez de “ter fé”, e com isto começou a tragédia milenar da cristandade.
Crer, no sentido usual, nada tem que
ver com ter fé. O substantivo grego pistis, que figura no original
do Evangelho do primeiro século, tem o verbo pisteuein, que
poderíamos traduzir por fidelizar.
E fidelizar, ter fé, quer dizer,
estabelecer perfeita fidelidade entre a alma humana e o espírito de Deus. O
conhecido tópico “quem crer será salvo” não se aplica; mas “quem tiver fé
(fidelidade) será salvo ‘” é perfeitamente lógico.
Quando o homem, no plano físico,
vitaliza o seu corpo pelo alimento, ele não transfere para o seu organismo a
substância material que ingere, mas, pelo misterioso processo da digestão e
assimilação, extrai da substância material do alimento as “calorias”, como a
ciência chama essa alma imaterial da matéria.
Caloria é a energia solar que, pela
fotossíntese foi armazenada na substância comestível, e que, pela digestão, é
extraída do alimento e transferida para o organismo humano.
Caloria, a energia do calor e da luz
solar é algo relacionado com a vida. Essa energia solar vitaliza o corpo e lhe
dá força, beleza, alegria. Se o organismo não tivesse fidelidade vital (fides,
fé) com a energia solar, não poderia assimilar essa vibração do sol. Um corpo
morto embora exposto á energia solar, não a assimila; somente um corpo vivo é
capaz de assimilar a energia solar; só ele tem fides, afinidade com
o sol; só um corpo vivo fideliza, é fiel à alma solar; só ele é vitalizado pelo
calor e pela luz do sol.
Segundo Einstein, luz é energia
descondensada, e energia é matéria descongelada.
Vida é luz altamente potencializada,
vida é luz vitalizada, e, por esta razão não pode a vida assimilar a matéria
grosseira como tal, mas somente a alma cósmica da matéria, que é luz, caloria imaterial.
Homens altamente intuitivos sabiam, e
sabem, por uma visão interna, o que outros procuram descobrir através de
laboriosas análises intelectuais. Antecipam verdades que a ciência descobre
séculos e milênios mais tarde. Cerca de 3500 anos antes de Einstein, escreveu
Moisés que, no primeiro yom, creou Deus a luz, e que da luz vieram
todas as outras coisas. Só no século 20 provou Einstein que a luz é a base dos
elementos químicos e de todas as coisas.
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