sábado, 2 de novembro de 2013

PELA FÉ ASSIMILA A ALMA O CRISTO DIVINO - por Huberto Rohden

Na última ceia dramatizou Jesus a mais misteriosa de todas as suas parábolas.
E até hoje a cristandade não compreendeu devidamente a parábola do pão e do vinho.

Na Sinagoga de Cafarnaum, como consta no capitulo 6 do Evangelho de João, havia o Mestre aludido a esse misterioso paralelo: A relação entre o alimento e a vida, por um lado – e, por outro, a pessoa física do Jesus humano e o espírito do Cristo divino.

Através de uma parábola esotérica faz Jesus ver que a essência vitalizante do espírito do Cristo só pode ser assimilada pela alma humana por meio da fé.

Mas o que se entende por fé?

A palavra latina fides é o radical de fidelidade, harmonia, sintonia. Este substantivo latino não tem verbo; de maneira que a Vulgata Latina recorreu a um verbo de outro radical, credere, crer, em vez de “ter fé”, e com isto começou a tragédia milenar da cristandade.
Crer, no sentido usual, nada tem que ver com ter fé. O substantivo grego pistis, que figura no original do Evangelho do primeiro século, tem o verbo pisteuein, que poderíamos traduzir por fidelizar.
E fidelizar, ter fé, quer dizer, estabelecer perfeita fidelidade entre a alma humana e o espírito de Deus. O conhecido tópico “quem crer será salvo” não se aplica; mas “quem tiver fé (fidelidade) será salvo ‘” é perfeitamente lógico.

Quando o homem, no plano físico, vitaliza o seu corpo pelo alimento, ele não transfere para o seu organismo a substância material que ingere, mas, pelo misterioso processo da digestão e assimilação, extrai da substância material do alimento as “calorias”, como a ciência chama essa alma imaterial da matéria.
Caloria é a energia solar que, pela fotossíntese foi armazenada na substância comestível, e que, pela digestão, é extraída do alimento e transferida para o organismo humano.
Caloria, a energia do calor e da luz solar é algo relacionado com a vida. Essa energia solar vitaliza o corpo e lhe dá força, beleza, alegria. Se o organismo não tivesse fidelidade vital (fides, fé) com a energia solar, não poderia assimilar essa vibração do sol. Um corpo morto embora exposto á energia solar, não a assimila; somente um corpo vivo é capaz de assimilar a energia solar; só ele tem fides, afinidade com o sol; só um corpo vivo fideliza, é fiel à alma solar; só ele é vitalizado pelo calor e pela luz do sol. 
Segundo Einstein, luz é energia descondensada, e energia é matéria descongelada. 
Vida é luz altamente potencializada, vida é luz vitalizada, e, por esta razão não pode a vida assimilar a matéria grosseira como tal, mas somente a alma cósmica da matéria, que é luz, caloria imaterial. 
Homens altamente intuitivos sabiam, e sabem, por uma visão interna, o que outros procuram descobrir através de laboriosas análises intelectuais. Antecipam verdades que a ciência descobre séculos e milênios mais tarde. Cerca de 3500 anos antes de Einstein, escreveu Moisés que, no primeiro yom, creou Deus a luz, e que da luz vieram todas as outras coisas. Só no século 20 provou Einstein que a luz é a base dos elementos químicos e de todas as coisas.


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