sexta-feira, 4 de outubro de 2013

AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS - por Huberto Rohden

Como posso amar afetiva, intelectiva e até fisicamente um Ser que é puro espírito? Como podem o coração, a mente, o corpo atingir esse objeto de amor?

De fato, se Deus fosse apenas um Deus transcendente, puro espírito abstrato, só os puros espíritos o poderiam amar; mas, sendo Deus, além de transcendente às suas obras, imanente em cada uma de suas creaturas, é possível que o amemos também com o coração, com a mente e com o corpo.

Deus é inconsciente no mineral.
Deus é subconsciente no vegetal.
Deus é semiconsciente no animal.
Deus é ego consciente no intelectual.
Deus é pleno consciente no espiritual.
Deus é oniconsciente em si mesmo.

Se Deus não fosse imanente em suas obras, ninguém o poderia amar com as faculdades do coração, da mente e do corpo.
Como Verdade, Deus é Transcendente.
Como Beleza, Deus é Imanente.
Quando a Verdade e a Beleza se fundem numa grandiosa sinfonia, surge a estupenda Poesia do Cosmos, síntese de Verdade e Beleza.

A Verdade é infinitamente bela.
A Beleza é profundamente verdadeira.
Por isso, a vida Eterna é necessariamente a eterna Beatitude, porque nasce do consórcio do Verdadeiro e do Belo, que é Amor.


Enquanto o “amar a Deus” é apenas um preceito ético, um dever, um imperativo categórico da consciência moral, não despertou ainda a alma do amor; só quando esse “amar a Deus” deixa de ser um compulsório dever e se transforma num espontâneo querer, numa luminosa compreensão, num irresistível entusiasmo – então é que o homem entra no “gozo de seu Senhor”.

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