sábado, 9 de maio de 2009

Grandes mudanças...



E está já aí na porta o dia da Libertação da escravatura!

Não fica saudade da casa, mas importa a vivência experienciada com cada um com quem temos contato.

Me lembro quando do meu primeiro emprego em 1976, num Consórcio de Luto - para ver, desde cedo já estou acostumada a fins de ciclo, mas então, me lembro de uma senhora já centenária, que já nascera então liberta pela Lei do Ventre Livre, a me contar o dia em que os escravos das Fazendas de Café aqui em Campinas receberam a notícia da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel...

Contava-me ela da alegria de todos gritando e festejando por entre os Cafezais em desabalada corrida. Dizia-me ela que era ali mesmo próximo ao edifício onde estávamos, que tudo na área central de Campinas era plantação de café. Ao seu relato, eu me deixava levar pelas imagens dos cafezais se sobrepondo à paisagem de 1976; edifícios, ruas asfaltadas, muito trânsito, barulho caótico se misturando aos cafezais, aos ex-escravos correndo, dançando e entoando cânticos de alegria pura! Felicidade suprema!

Divagação feita...

Voltemos.

Tenho pensado em muitas leituras sobre o nosso cantinho a ser "implodido", mas não vejo como a maioria, pois, o que importa, como já disse no começo, não é a casa, mas o relacionamento entre seus moradores, isso é nossa maior riqueza, é como mudar de lugar quando a maré sobe... Às vezes, nem acabamos de estender a toalha novamente e já temos que "levantar" acampamento, coisas da vida.

Importa é a harmonia e serenidade com que encaramos as situações adversas.

Penso que foi muito importante termos nos conhecido virtualmente naquele espaço, aos que tem mais afinidade, fica a continuidade do relacionamento em outros espaços, isso demonstra a unidade entre os "moradores" que a meu ver tornou a nossa convivência lá tão rica e incomum.

Meu irmão mora numa cidade do extremo oeste paulista, na divisa com Mato Grosso do Sul - Itapura, onde uma população inteira se viu obrigada a migrar para terrenos novos e recriar sua cidade em virtude do represamento do Rio Tietê para a construção da Usina de Ilha Solteira.

Imaginem, uma população de 3000 mais ou menos deixando suas casas, suas histórias de vida, a recomeçar em novo espaço. Assim é a vida e tudo o que nela vivemos em muitas das vezes tem o tom da fugacidade.

A vida é um constante mudar, quer seja em pequenos detalhes, quer seja em sua totalidade.

Importa é sempre estarmos abertos a que as mudanças venham a enriquecer nossa existência, seria tedioso vivier uma vida inteira fazendo tudo igual, estagnação é morte. Mudança é vida, é vibração!

Adorei o tempo em que pertenci ao GO e me alegro muito em ter tido a imensurável oportunidade de fazer muitos amigos, mesmo que virtuais, mas que cabem em meu coração apesar de espalhados por esse Brazilzão enorme!

Que continuemos juntos, todos os que assim o quiserem e sigamos em frente.
Dulceny z

5 comentários:

Unknown disse...

Boa tarde Dulcenyz. Que bom chegar aqui e ler esse texto. Me reconfortou muito demais mesmo. Doravante virei mais vezes receber esses ensinamentos. Sou meio teimoso com certas mudanças. Mas aprendo afinal ainda sou um menino rsrsrrsrsr.

OLHAR CIDADÃO disse...

DULCENY

Bonita essa passagem da narrativa da senhora sobre o fim da escravidão. Um belo post.

Eu fiz tantas e tão maravilhosas amizades no GO que já estou quase 'perdoando' eles pela atitude desrespeitosa.

Um abraço fraterno

Unknown disse...

Olá Dulceny! Já te achei na nova casa!

Bjs!

Paulo-Roberto Andel disse...

Obrigado pela sua visita e palavras no meu blog, querida.

☆Lu Cavichioli disse...

Oi Dulceny, passa no meu blog Retratos em Degradê que tem surpresa.
Bjs e um lindo fim de semana.

Lu