sábado, 15 de janeiro de 2011

Certas prisões...

Nessa semana que se finda, tivemos nós mulheres da empresa onde trabalho, episódios em comum.
A fechadura do Sanitário Feminino, porque em bom português, é assim mesmo que se fala, emperrou.
Roda pra frente, roda pra traz e nada, conclusão:
Trancadas e solitárias, cada uma em seu momento, tentando descobrir o “jeitinho” de sair dali ou partir pra receita que sempre dá certo:
Berrar feito uma desvairada a ver se alguém escuta as incautas e socorre...
Bem, descobri o “jeitinho” e assim cada uma, ufa!
Juntamos várias das “vítimas” da malfadada “portinha” a compartilhar nossas experiências e os segredos daquela fechadura do mal...
Vai daí que me lembrei de certa vez no camarim do Centro de Convivência...
Estávamos as coralistas num certo camarim nos vestindo para a apresentação naquele mês de outubro de dois mil e um e como eu estava num aperto só para uma tarefa intransferível – utilizar o sanitário para o número dois e o mesmo não tinha porta divisória com o chuveiro mais o lavatório, ai, ai – tive que esperar todas as trinta e umas coralistas se trocarem, deixarem o camarim e se dirigirem à platéia do teatro esperar a hora da apresentação (era um encontro de corais – um luxo, um assiste o outro e tenta ser melhor que o anterior), bem, tranquei à chave o camarim e fui à minha tarefa.
Tudo terminado e me vesti com a bela roupa italiana, fiz a maquiagem e me dirigi à porta.
ELA NÃO ABRIU!!!
Roda pra frente, roda pra traz e nada, conclusão:
Trancada e solitária naquele meu momento, tentando descobrir o “jeitinho” de sair dali ou partir pra receita que sempre dá certo:
Berrar feito uma desvairada a ver se alguém escuta a incauta e socorre...
Bem, não descobri o “jeitinho”...
...
BERREI FEITO UMA DESVAIRADA A VER SE ALGUÉM ESCUTAVA A INCAUTA AQUI E SOCORRIA!
Berrar antes da apresentação é tudo de bom – o jeito seria dublar – porque voz, já era...
Então, berrei, bati na porta, chacoalhei pra frente e pra trás e nada, só o silêncio me respondia... Sabe o que é estar no último camarim do corredor a dois andares abaixo do solo onde só a luz do camarim nos ilumina e lá fora é o breu? Todos já estavam no teatro!
Fiz de tudo, berrar, bater, chacoalhar, orar pedindo para aparecer alguém...
Depois de quinze minutos apareceu a Salime – bendita Salime, nem lembro o que ela foi lá a fazer, mas ela foi. Passei a chave por debaixo da porta, mas não adiantou nada. Ah, daí ela foi procurar alguém do teatro, não sem antes espalhar pra todo mundo que a Dulceny estava presa no camarim, adorei, mico pra ser mico tem que ser público!
Enfim, veio o segurança, desmontou a fechadura e eu saí daquele lugar.
Tive que aguentar todos os comentários e as piadas, que eu não devia ter me trancado sozinha, que bem acompanhada seria muito melhor, blá, blá e blá, blá...

Respirei fundo, contei até mil, um milhão...


Afinal eu estava LIVRE!!!!

2 comentários:

OLHAR CIDADÃO disse...

Dulceny

Bom dia

Que sufoco esse. Ficar preso é horrível, mesmo que seja dentro de casa, o que aconteceu comigo recentemente. Todos saíram, e por um engano um levou a minha chave. Porta trancada, todos já muito longe, sem poder retornar, fiquei em prisão"domiciliar' por "apenas seis horas".

A privação da liberdade é uma sensação muito ruim.

Um abraço

Dulce disse...

Passei várias vezes pelo oposto, esqueci a chave e quando cheguei em casa, não havia ninguém, fiquei horas esperando chegar alguém para poder entrar em casa - nessa hora eu recorri aos vizinhos, ficar "presa" na calçada é que não dá, rs

bjs